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Órgãos de segurança oferecem oportunidades de negócios para indústrias

A busca para se tornar fornecedor das Forças Armadas é caminho natural das empresas do setor de defesa. Entretanto, a demanda de órgãos de segurança do Brasil e do exterior vai muito além de produtos como armamentos e munições. Alimentos e uniformes são itens essenciais para a manutenção das tropas, traduzindo-se em oportunidades de negócios.

Somente no caso do Exército Brasileiro, são de mandados, anualmente, lubrificantes para 28 mil veículos e 400 mil armamentos, cerca de 10 mil toneladas de carne e R$ 30 milhões em equipamentos de cozinha, entre outros itens. Segundo o general Guilherme Theóphilo, comandante do Comando Logístico do Exército (Colog), a intenção é ampliar o percentual de empresas brasileiras entre os fornecedores das Forças Armadas. “Nossa meta é expandir o cadastro de provedores brasileiros. Dessa forma, contribuiremos também com o desenvolvimento da indústria nacional”, afirma.

Ele chama a atenção também para as principais dificuldades enfrentadas pelas empresas no atendi- mento às exigências do Ministério da Defesa: “Ainda há poucos fornecedores que atendem às demandas do Colog. É importante que as empresas atualizem regularmente os dados e a documentação obrigatória em nosso sistema de cadastramento. Outra falha recorrente é o não cumprimento das condições de entrega previstas nos contratos”.

Carlos Erane de Aguiar preside a Condor Tecnologias Não Letais e é fornecedor do Ministério da Defesa, cliente que hoje consome uma parcela relevante de sua produção. A Condor comercializa produtos e soluções para 45 países, além da Organização das Nações Unidas (ONU). Segundo o empresário, o primeiro passo para conquistar esses nichos é o registro nos sites de catalogação das instituições de defesa. “É uma forma de apresentar produtos e conhecer as de- mandas e agendas de licitações. No site da ONU, por exemplo, pode ser identificada a pretensão em gastar US$ 46 mil com 250 bandeiras dos estados membros este ano”, aconselha ele, que também é presidente do Conselho Empresarial de Defesa e Segurança do Sistema FIRJAN.

Com efeito, há muito espaço a ser conquistado pelas indústrias fluminenses, tanto nas Forças Armadas brasileiras quanto na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e na ONU. Isso porque há apenas 17 companhias nacionais entre as 8.800 empresas da base de fornecedores das Nações Unidas, instituição que investe US$ 15 bilhões por ano. No caso da Otan, são 4 mil representantes do Brasil num universo de 2,8 milhões de indústrias.

De acordo com Erane, o acesso ao mercado de defesa não é restrito como alguns empresários podem imaginar. “Se o produto for água mineral, por exemplo, o processo de compra obedecerá aos requisitos técnicos próprios desse segmento. Já a licitação para aquisição de equipamentos de defesa é um pouco mais complexa, obedecendo a critérios que abrangem desde homologações específicas em laboratórios militares até inspeções nas fábricas”, explica.

Fonte: Sistema FIRJAN